Existem instrutores de cursos de comunicação e expressão que aconselham seus alunos, durante uma apresentação, a não encarar a plateia para não correr o risco de um mal súbito com a reação deles. Aconselham então, a focar um ponto da parede no fundo da sala e passar o tempo inteiro olhando para lá, pois assim, não veriam o público e poderiam se sentir mais tranquilos, por não repararem nas expressões da plateia. Péssima ideia. A plateia gosta de se sentir percebida e quer receber do palestrante a mesma atenção que está dando a ele. Esqueça qualquer tipo de dica que já tenha recebido nesse sentido, porque, dessa forma, você não só irá conseguir a antipatia da plateia como também não conseguirá identificar como está sendo a aceitação da mesma, nem quais são as pessoas visuais, auditivas e sinestésicas para saber como conduzir sua apresentação ou reconhecer quando é hora de mudar de tática.
Assim, caso você esteja diante de uma plateia, tente as seguintes dicas:
Com plateias pequenas, o ideal é revezar seu olhar um pouco com cada pessoa, para que todas elas se sintam percebidas e importantes. Afinal, você se preocupou em percebê-las quando poderia simplesmente ter desviado o olhar e dito o que veio para dizer.
Com plateias maiores, para que eles tenham esse mesmo sentimento, mesmo que seja impossível dar a atenção do seu olhar para todos, procure guiar seu olhar para os cinco pontos principais da sala, duas pontas da frente, duas pontas do fundo e centro da plateia, como se ela estivesse em um “M”, um “W” ou um “X”. Assim, por uma questão de perspectiva, todos se sentirão olhados, mesmo que tenhamos olhado para a pessoa que estava ao lado. O fato de você olhar ou não para os olhos de uma pessoa não significa que você esteja falando a verdade, mas com certeza garante maior credibilidade com aquele que se sente olhado;
Antes de qualquer apresentação procure conhecer o seu espaço cênico, para saber por onde pode andar sem que tenha algum receio ao movimentar-se ou a preocupação de ficar sempre olhando para baixo, com o medo de tropeçar em algo e cometer uma grande gafe diante de sua plateia.
O mais importante não é fazer tudo cem por cento correto, mas sim, não permitir que sua plateia cruze os braços, boceje, escore a cabeça ou reproduza qualquer outro ato que indique desânimo. Então, olhe para sua plateia, repare-a, deixe-os participar e envolva-os com seu olhar, seus gestos, suas palavras, com seu sentimento de entusiasmo e, sempre que possível, faça alguma dinâmica em que eles possam participar diretamente, seja no palco ou simplesmente respondendo alguma pergunta e, é claro, mostre que você está se divertindo e eles podem se divertir tanto quanto você.
